sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pais e filhos


Essa foi uma semana singular. Parece que eu vivi um mês em sete dias. Conversei com Gandhi, fiz aula experimental de Pilates (tudo de bom!), fui aprender sobre a verdadeira preguiça no Teatro da Caixa, tomei um Mocha simplesmente delicioso lá, encontrei um novo amigo, e fechei a semana com uns conselhos dados pessoalmente pelo Içami Tiba.

Essa figura especial é psiquiatra e escritor de livros sobre educação familiar. Ele me lembra o menino maluquinho, só que velhinho! Ele tem um jeito especial de conversar com a platéia - estávamos todos rindo muito das verdades engraçadas que ele semeou. Duas coisas me marcaram na palestra do Dr. Içami Tiba.

Primeiro, ele disse algo que a gente devia ter sempre em mente: "Quando alguém faz algo ruim conosco, apenas 10% do nosso mal estar são causados por essa pessoa, os outros 90% são causados pelo que nós mesmos fazemos depois". A amargura cultivada, os pensamentos que mantemos sobre aquele assunto, os quais fermentam nossa tristeza e atitude negativa. Essas sim são as causas da nossa tristeza, depressão e mal estar. A importância que damos à atitude ruim de alguém é que faz tudo ficar pior.

Depois ele falou sobre o relacionamento de pais e filhos, com muita segurança e tranquilidade, explicando com naturalidade os erros mais comuns que os pais cometem na educação dos filhos e que resultarão em tantas atitudes e situações ruins para aqueles que mais amamos: os nossos filhos. Quando vi o aviso por e-mail sobre a palestra, pensei que não havia porque assisti-la. Eu só tenho um filho, 19 anos, um adulto ou quase lá, criado da melhor maneira que consegui. Até falei a alguns colegas: "se eu for, será apenas para descobrir se agi direito!"

Mas a palestra valeu a pena! Lembrei de tantos episódios que me pareciam distantes, mas que aconteceram ontem. Não sei que nota tirei como mãe, mas sinto orgulho do filho que tenho. Inteligente, bem humorado, responsável (dentro dos limites de responsabilidade que se pode ter aos 19 anos, ele vai bem). O doutor ilustrou sua palestra com a atitude de guardar os brinquedos. Filhos que não guardam seus brinquedos, não são responsáveis (em outras palavras), no futuro podem não ser responsáveis pelos pais (velhinhos que precisam de atenção). Levá-los para tomar sol e esquecê-los por lá, esturricando, até que a noite chegue com o frio que vai causar a pneumonia que vai levá-los à morte. Eu sei, gente, é assustador, mas a gente riu muito com a forma que ele explicou. Exceto pelo fato de que ninguém quer ser vítima do filho que não guardou seus brinquedos e não aprendeu a ser responsável.

Estou adiando o projeto de me sentir velhinha para daqui a uns 30 anos, pelo menos. Também não pretendo ser uma velhinha dependente, mas é bom saber que se a dependência chegar, eu não vou ficar esturricando ao sol ou congelando sozinha numa noite qualquer. Obrigada, filhote!

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