segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Curtindo o ócio não criativo


Segundo a igreja católica, a preguiça é um pecado mortal. Na sociedade capitalista, o preguiçoso é um pária que não procura "melhorar" de vida. Eu tenho ouvido que a preguiça verdadeira, verdadeira mesmo, traz a criatividade do artista à tona, o que se converte em produtividade e das boas.

Não é que eu seja artista, mas ando procurando por esse tipo de preguiça sem culpa. Enquanto não encontro, passei o fim de semana inteiro curtindo a preguiça "normal". Aquela que faz você arrastar os pés, levantar da cama e cair no sofá, esquecer se é hora do café (pensem, eu esquecendo o café?) ou do almoço, e por aí vai! Mas a questão é que essa preguiça dá sentimento de culpa e dos grandes!

Quando eu já estava quase criando limo no sofá, resolvi ativar os neurônios e ordenar, com muita veemência, ao meu corpo que se movesse e fosse procurar o que fazer (oh culpa católica! e eu nem católica sou!). Já era fim de tarde, mas o horário de verão ajuda a esticar o dia, então fui ao cinema, sessão dupla!

Ir ao cinema para mim é um ótimo programa, mas eu preciso de alguns preparativos. Morro de frio com o ar condicionado do local, então, venham as meias, botas, suéteres, casacos e, dependendo da época do ano, luvas e gorros (dispensei esses dois últimos por hoje). Além disso, também preciso de um suplemento alimentar combinado: um pouco de pipoca de sal, um pouco de pipoca doce (se tiver balde, peço para misturar - tá bom, podem dizer: eca! - mas não dá pra ficar sem!), uma coca zero, uma água mineral, acho que vão me dar um carrinho de compras no balcão ou pelo menos uma cesta (eu já tinha avisado aqui antes: eu tenho manias estranhas...).

Com tudo ajeitado, sento na poltrona, no melhor estilo ioga (tiro os sapatos e dobro as pernas sob o corpo) e vou curtir o filme. Hoje assisti Gigantes de aço e Os três mosqueteiros. O primeiro foi falta de opção, mas não me arrependi, dá até para umedecer os olhos. O segundo, bom, Alexandre Dumas criou personagens que grudam no imaginário da gente. A gente nunca se cansa da altivez dos mosqueteiros e do orgulho gascão de D'Artagnan, por isso qualquer versão é bem-vinda. Gostei dos dois filmes, que não me encantam como um Woody Allen (Meia-noite em Paris é maravilhoso!), mas me divertiram um bocado.

Lembrei agora que passei todo o fim de semana imersa em tão cativante preguiça que não tomei café, nem café com leite, nem chocolate quente, nem passei perto de uma cafeteria. Dá para perceber agora a gravidade dos fatos? Tenho que me esforçar esta semana para compensar minha falha! (Oh culpa católica!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário