terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O que é importante?

Hoje passei um tempão encarando a xícara de café sobre a mesa e fazendo um balanço desse primeiro mês de 2012. Não terminou ainda, mas já foi intenso até aqui. 
Você atravessa o limiar do Ano Novo pisando forte e levando uma lista de resoluções para colocar em prática: 

1. Ser mais saudável - leva até fruta para o trabalho nos primeiros dias, faz cara feia para todos os refrigerantes e jura que nunca mais vai colocar óleo na comida.

2. Encontrar a felicidade - já mandou avisar para essa bandida que não quer mais brincar de pique-esconde. Agora é olho no olho, vamos falar francamente, porque o tempo está curto e não dá mais pra ficar na incerteza!

3. Cultivar seus talentos - faz matrícula na aula de dança, violão, sapateado, teatro, o que estiver à mão. Cria um blog e enche a caixa dos amigos de recados para que eles apreciem sua criatividade literária. Compra um par de tênis novos e se inscreve em todas as corridas do ano. 

4. Reconstruir suas pontes - liga para os familiares, marca saídas com amigos de longa data, combina uma viagem de reencontro com a turma do segundo grau. Só não vale ligar para o(a) ex e deixar um recado tipo "nunca te esqueci, os outros são os outros e só..."

5. Mudar o que incomoda - limpa o guarda-roupa e sai para comprar roupas novas, marca hora no cabeleireiro para virar ruiva e termina com um corte futurista, faz inscrição no concurso do senado, faz test-drive no carro dos sonhos... em várias concessionárias, compra um bilhete da mega-sena e já sonha com  o que vai fazer com os milhões.

No final de janeiro, meus sonhos já estão mais modestos. 
Pretendo apenas me livrar da depilação com cera, da anemia que me persegue, dos eternos impostos anuais (IPTU, IPVA e companheiros) e da sensação de impotência e vergonha por ver que, enquanto em Cuba morre mais um preso político que fez greve de fome para protestar contra um governo que não lhe dá sequer o direito a um processo judicial justo; enquanto na Argélia, um jovem de 26 anos ateou fogo em si mesmo desesperado pela falta de empregos no país; enquanto na europa a crise financeira desestrutura os países; enquanto aqui mesmo em Brasília, a cada 4 dias, um jovem morre em acidente de trânsito, e outros morrem sem atendimento dentro de hospitais que  exigem garantias de pagamento para prestar socorro; enquanto tudo isso acontece, as pessoas usam suas redes sociais para comentar e criar debates sobre "a Luiza que está no Canadá" e os "heróis" do Big Brother.




Nenhum comentário:

Postar um comentário