Estou muito feliz com a volta do nosso amigo sol!! Que falta ele faz! Eu já não caminhava há um bom tempo e vida de reclusa não faz meu gênero. Hoje matei a saudade do sol e da caminhada.
Eu não estava completamente sedentária porque estou fazendo pilates, boxe e dança (mas isso é história para outra crônica).
Hoje eu li na Revista do Correio que é preciso entender a nova etiqueta dos relacionamentos. Como definir a pessoa que está do seu lado: ficante, meu amor, namorido, peguete. O menu é variado, o entendimento confuso e o dicionário ainda não sabe explicar tantos termos.
Hoje me senti antiga (gosto mais de antiga do que velha - antiga tem charme, eu acho!). Como diria minha mãe, no meu tempo, a gente tinha namorado, noivo ou marido. As funções básicas eram claras, o tempo de garantia razoável e o produto costumava ser de longa duração, com eventuais trocas efetuadas com cautela e depois de muitas tentativas de conserto ou ajustes.
A vida instantânea de hoje não combina com relacionamentos longos, aliás, parece que a palavra RELACIONAMENTO já é muito longa para ser pronunciada. Hoje em dia a gente fica, pega, apalpa, prova, tira uma casquinha, chaveca, e põe de volta na banca - parece uma visita à feira. Eu tenho uma dificuldade enorme em me adaptar a essa etiqueta.
Parece que eu tô sempre na contramão (será que é por ser canhota, mulher, antiga e fazer uso diário dos meus poucos e preciosos neurônios?). Olho nos olhos quando a etiqueta diz para não demonstrar interesse, ligo quando quero falar com o produto - mais uma gafe, a regra do jogo é se fazer de difícil. Chego na hora ao encontro marcado (espera, acho que não se diz mais encontro, agora é: de repente, a gente se vê, a gente se fala, a gente se esbarra! tudo para não se comprometer).
Também não consigo chamar alguém de "meu amor" depois de cinco minutos de conversa fiada no MSN ou no celular. Acho que é porque amor para mim tem uma conotação de seguir na mesma estrada e em cinco minutos não sei ainda se quero dar nem uma volta no quarteirão com a outra pessoa.
Desse jeito, acho que meu lugar na roda viva dos relacionamentos de hoje está seriamente ameaçado. Estou à margem do grupo, com possibilidade de banimento ou extinção. Será que é porque eu sei o que quero? É gente, eu sei!
Eu quero um homem que entenda que o meu carinho não é um carimbo de propriedade na pele dele, mas flui normalmente porque me sinto bem do seu lado; um homem monógamo, que tenha como regra de vida amar uma mulher DE CADA VEZ e não todas ao mesmo tempo; um homem companheiro, que não tenha a ilusão de que a mulher tem que ser 24 horas bonita, cheia de frases inteligentes, delicada e sempre pronta a escutar seus resmungos, reclamações e arrependimentos do passado, mas que jamais resmungue, reclame ou tenha sequer passado; um homem que me peça para dividir a conta sem embaraço, mas que vez ou outra, principalmente no primeiro encontro, assuma seu papel de provedor sem me achar uma interesseira; um homem que entenda como regras básicas de educação, atender as minhas ligações, chegar na hora aos nossos compromissos, avisar se não puder aparecer, dizer adeus e não apenas desaparecer.
É isso que eu quero, além é claro de ser muito importante que eles jamais tomem conhecimento da existência uns dos outros!
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