quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A arte que imita a vida...


Sou completamente apaixonada por cinema, desde que pisei em um pela primeira vez. Minha irmã tinha um bar no centro de Taguatinga e um belo dia, no meio da tarde, fui com minha mãe até lá, e minha irmã pegou dois picolés no freezer, me puxou pelo braço e me levou para assistir um filme dos trapalhões no Cine Lara (acho que esse cinema nem existe mais). Mágico! Fiquei fascinada e nunca mais consegui ficar sem filmes!
Como uma boa adolescente assisti ET aos prantos e vi duas sessões seguidas. Os caçadores da arca perdida foram testemunhas do primeiro beijo no cinema, muito bom por sinal! Ainda me lembro da noite em que a turma toda do colégio foi assistir Dio come ti amo. A fita quebrava de vez em quando, mas todos ficamos firmes, encantados com a história de amor regada a música italiana.
Amo o cinema nacional e sinto orgulho da qualidade dos nossos filmes e dos atores incríveis que temos. Eu, tu, eles, com Regina Casé é meu preferido. Assisto mil vezes, sem cansar!
Não me canso de Woody Allen e fico embasbacada com os filmes dele, cada um melhor que o outro. E quando a gente pensa que não há mais nada que ele possa trazer, a mágica acontece. Depois de ver Meia-noite em Paris, precisei ficar sentada um tempo, vendo as pessoas saírem do cinema e tentando absorver tudo o que o filme trazia de belo e fantástico. Não consegui, preciso ver de novo.
Aprendi a apreciar o cinema iraniano. Filmes como Filhos do paraíso e Balão Branco me conquistaram para sempre e sou fã de carteirinha. A riqueza de significados nas cenas do cotidiano me deixam sem fôlego. Posso assistir tantas vezes o mesmo filme, e a cada vez encontrar novas nuances, novas reflexões, novas descobertas. Tudo sem a bengala dos efeitos especiais ou o exagero dos finais ultra-mega-hiper-felizes hollywoodianos (que também têm seu lugar na história cinematográfica, mas cuja receita já está pra lá de manjada).
Fui ver A separação no domingo passado e parecia que estava praticando mergulho. A densidade da história nos puxa para lugares dentro de nós mesmos que nem imaginávamos existir. Sempre fico me perguntando com qual dos personagens me identifico, e sempre respondo: tenho um pouco de cada. Como um espelho muito sincero, o filme nos faz ver as imperfeições humanas que carregamos todos os dias sem perceber, ou pior ainda, completamente conscientes.
Como já declarei várias vezes, eu tenho manias estranhas. Minha mania quanto ao cinema é fazer sessões duplas de vez em quando. Assisto dois filmes seguidos, me deleitando com a pipoca que é imprescindível e na minha própria companhia, para curtir melhor todos os detalhes, sem distrações.
Fiz isso hoje à noite com dois filmes que foram filmados em Buenos Aires, minha cidade preferida atual. Medianeras é um achado. Faz rir, faz refletir, faz sonhar. A solidão que impera nos dias atuais, a interatividade virtual que acaba afastando as pessoas ao invés de aproximá-las, a eterna busca pelo amor! Também quero saber onde está Wally!
O segundo filme mostra uma realidade triste. A história de crianças nascidas na época da ditadura argentina, cujos pais foram presos ou desapareceram. Alguns foram "levados" por estrangeiros ou até mesmo criados pelas famílias dos oficiais do próprio exército que prendia seus pais. Muitos sentimentos envolvidos, muitas versões para a mesma história.
Recomendo os três filmes, recomendo também o café no Casa Park (Saborella) para coroar o programa. Só não esqueçam de levar dinheiro para pagar o estacionamento, porque eles não aceitam o de plástico. Ainda bem que achei um anjo da guarda que me doou o dinheiro, já que os caixas eletrônicos não estavam funcionando. Obrigada, anjo, te devo um café!


  

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